A falta de um ser.


Costumo ser imutável. As situações as quais eu enfrento de forma alguma me abalam. Não. Costumo agir com frieza, tendo a razão como aliada, pois não sou comum a sentimentos recorrentes do êxtase do momento.

Eu penso em mil coisas, quando não penso em nada. Eu sinto vontade de fazer mil coisas, mas no fim, não faço nada. Eu sou simples, mesmo quando sou complexo. O universo é complexo, mas ainda é simples. Depende dos olhos que o vê. Às vezes me cansa ter que lidar com esse dogma a vida toda, o tempo todo. Canso-me de ter que enfrentar os problemas da vida continuamente sem nem mesmo ter uma pausa. A vida nos torna escravos de nós mesmos, consumindo-nos de uma forma totalmente irracional, e contraditória. A vida é cruel. Sim, e muito. O que ameniza nossa passagem por ela, é a vontade cética de ir em busca de algo que, quase sempre, é material. Algo físico e egoísta. Não que eu seja contrario a essa situação, quem não quer ter uma boa casa, um bom carro, um status agradável perante a sociedade? Eu quero. Todos querem.

Mas essa não é a finalidade de uma existência, vivermos pra se tornarmos escravos de nossos desejos não é uma coisa da qual me interesse, me encaixe. Mas de que maneira eu poderia mudar, se a massa em que me encontro é toda formada por costumes capitalistas e essências corrompidas?

Talvez hoje, na situação deprimente em que se encontra essa sociedade, cada um teria que recorrer a si mesmo em busca de sua paz de espírito. Seria egoísmo da minha parte? Sinceramente, não creio que seja. Eu só não quero ser tomado por vontades materiais e esquecer quem sou de verdade, ser tomado por alienações que ocorrem constantemente no nosso cotidiano, onde pessoas comuns agem de forma iguais a qualquer outro ser, sem nem ao menos se dar conta de que não pode formular uma só ideia que outros milhares já não tenham formulado. Eu quero mudanças. Antes de tudo, quero ser apenas o que sou. Quer realizar um sonho? Então acorda e vai viver.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sobre as diferenças.

À ela, porque merece.

Não sei.