À ela, porque merece.

 



  Ela é uma daquelas pessoas que surpreendem você. Seu mistério encanta.


 Em seus olhos, o brilho. Há dias em que ela parece uma tempestade.  Em suas palavras, a perdição em forma de som. Te carregam, como se fossem ondas fortes no mar profundo. Para seu mundo de opiniões decididas, de desejo de mudança, de ideias bem colocadas, de lágrimas a flor da pele e risadas contagiantes. Para seu mundo de planos improvisados e pura rebeldia. Ela, uma singularidade, caminha pela cidade que parece tão cheia de pessoas, mas tão vazia, tão segura de si e, ao mesmo tempo, tão frágil. Meu Deus, é em seu sorriso que ela captura todos nós. Determinada, ela tem planos para sua vida a médio e longo prazo, embora seu coração peça mudanças e acréscimos a eles. Tão apaixonada e autêntica, ela abriria mão de tudo e não pediria nada se achasse que você merecia.

Há dias em que dizem que não se parece com ela, mas é ela mais do que nunca. Há dias em que ela parece um mar calmo, em repouso profundo. Pensativa, calma, talvez distante. Ela sorri para você com olhos tristes e, naquele exato momento, você sabe que a tem ali, mesmo que a mente dela lute pelo contrário. E nesses dias ela deixa você entrar, se você a entender, se você a ouvir, se você segurar sua mão, em seu outro mundo: o mundo das inseguranças e dúvidas. O mundo das decepções, do medo. Esse mundo sombrio marcado por experiências ruins, batalhas perdidas, sonhos desfeitos e expectativas que se perderam no meio do caminho. Esse outro mundo, ela o guarda a sete chaves, trancado no fundo de seu coração, para que, se você tiver o privilégio, sinta-se especial, ela não deixa qualquer um entrar.  Ela não pode deixar de abrir seu coração e sua mente para qualquer pessoa que fale com ela sobre amor, sonhos e cartas.

Dizem que poucas pessoas sabem disso, ela prefere manter isso sob sua pele. Ela não se importa com o que pensam, isso não mudará nada, deixe que a julguem, deixe que falem, o que lhe importa? Ela caminha determinada em direção a Deus sabe onde. Sempre querendo mais, com tantos planos, tantas ideias. Ela não vive cada dia como se fosse o último, mas é feliz. Ela aprecia os detalhes, aqueles que não podem ser comprados em shopping centers, nem mesmo nas lojas de conveniência. Ela tem seus dias de sofá, cobertor e comida gordurosa. E ela adora isso.

Ela é força, ela é fragilidade. Ela é tudo. Ela é do tipo que merece um amor que a ame do jeito que ela é. Que a ame linda e radiante, com todos os seus brilhos e raios de luz, mas que lhe diga "prefiro você sem maquiagem e salto alto", que goste do seu visual cobertor e cinematográfico, com seu sorriso natural quando acaba de acordar. Um amor que não se importa se ela está de pijama ou de vestido, porque, na verdade, o que ela mais gosta é de estar sem roupa. Que saiba ler seus gestos, entender seus momentos, que conheça cada uma de suas pintas e tatuagens. Que explore todos os cantos de seu corpo, de seu coração, até mesmo os cantos mais escuros de sua mente, que só ela conhece, e não tenha medo de entrar. Que ele seja capaz de equilibrar seus momentos de exaustão. Que ele a faça sentir que juntos eles são um só. E que o pesado fardo da vida possa se sentir um pouco mais leve.  Que segura sua mão, lhe dá força e a devora em beijos.

Ela é do tipo que merece um amor que seja cúmplice de todos os seus planos e objetivos há muito estabelecidos, pela pessoa determinada que é. Que a faça cantar no chuveiro, que dedique uma música a ela no karaokê e dance ao som dela sempre que puder. Que a marque em todas as receitas que encontrar, porque sabe que ela adora cozinhar. Um amor que a queira livre, que a respeite, que a queira por perto, mas que aceite seu lado independente e selvagem. Um amor que a incentive a continuar crescendo, a sair de sua zona de conforto, que se envolva em seus problemas e, mesmo que não tenha a solução, que os ouça. Deixe que ela lave a louça à noite, porque, no fundo, ela sabe que odeia isso e que sabe que o trabalho doméstico é uma questão de compartilhar, não de ajudar.


 Ela é a força, ela é a tempestade. Ela é frágil, ela é silêncio. E sempre haverá alguém que a admire pelo que ela é.

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