Ali!

Ela estava ali. Eu a olhava discretamente, mas não conseguia evitar a maneira como ficava sempre que a via. Sempre sorrindo, linda, ela estava sentada onde sempre sentava todas as manhãs, tomando seu café e lendo sua revista. O vento soprava levemente sobre seu macio e sedoso cabelo, fazendo com que sua fragrância flutuasse calmamente pelo ar, seu rosto sempre calmo, com traços definitivamente harmônicos, me faziam suspirar a cada sorriso timido que ela deixava escapar. Ela estava ali, talvez esperando alguém chegar, talvez estivera ali pelo simples fato de seguir em sua rotina. Sentia como se não conseguisse me mover toda vez que pensava em me aproximar dela. Como num déjà vu, eu sentia como se sempre acontecesse isso, toda vez que eu pensava nela. Então, a olhei novamente, e de repente nossos olhares se cruzaram. Seus olhos invadiram minha alma, como se tentasse ler meus pensamentos, ela sorriu então, e voltou a olhar qualquer coisa. Ela estava ali, mas a sentia dentro de mim.