Ela era tudo, menos você.





















Ontem ela me convidou para jantar. E eu aceitei. Eu a levei a um restaurante aconchegante, desses que qualquer mulher se sentiria especial, sabe? Mas no fundo eu percebi... Mesmo que ela fosse tudo aquilo que sempre desejei, mesmo que ela fizesse tudo que sempre quis, ela não era você. Meu coração, por um instante, gritou pelo vazio. E tudo se tornou rapidamente automático, minhas respostas, meu comportamento notoriamente traduzido em alguém que não estava ali, e meu riso, nada mais que pura tentativa em vão.

E enquanto o tempo ali nos escorria pelas mãos, sabia que estava mentindo para mim mesmo, pois no que ela poderia te superar? Talvez pudesse fazer tudo àquilo que você deixou de fazer, definitivamente sim. Mas, talvez se o fizesse de fato, não teria o mesmo gosto adocicado que só você proporciona.

E eu preferi você, sempre o fiz. O seu jeito errado e pouco carinhoso. Sempre preferi nossas loucuras e as sessões de preguiça de domingo, juntinhos no sofá. E eu sempre ria disso e nunca consegui entender direito, assim como não conseguia entender as mil manias particulares suas. Nada se comparava a você. Eu não saberia e nem poderia me sentir à vontade com ela, como quando estive com você. Abri a porta do carro, lhe dei flores. Mas não pareceu como se a fizesse sentir como uma princesa ou como se fosse, de alguma forma, especial. Por quê? Porque não era você.

Era como se estivéssemos substituindo personagens de uma história que você deixou o papel e entregou para outra pessoa fazer. E que fez o que você deveria ter feito. Poderia dar a ela o mundo. Mas esse seria um presente que tem seu nome como destinatário. Ontem ela me convidou para jantar, e eu fui. Fui porque sei que mereço atenção. Sempre quis. E agora que tenho, é uma sensação vazia.

Naquele jantar, com ela me olhando apaixonada, minha cabeça só se perguntava onde você poderia estar naquele momento.

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