Into the fray.
Existem aqueles que, em
algum momento na vida, nos dizem adeus. E nesse adeus, é tão fácil experimentar
a dor da ausência e o sentimento do vazio. Nada se detém, tudo continua e você
se foi, enquanto eu sigo aqui.
Vejo nas
estradas que caminho, e pela janela vejo enquanto cada carro passa em direção
ao seu destino. É estranho o que sentimos quando há partido a quem muito
quisemos um dia e que hoje parece ser alguém mais, e que passou por você e que
marcou, e ainda que o mundo de voltas, não mais se pode esperar pelo que se
foi. E você se foi, enquanto eu sigo aqui.
Paga-se um alto
preço no momento da partida, torna-se complicado entender como isso nos passa
ou porquê nos passa. Nos surpreende, não avisa, e nos passa, sem aparente
explicação. Mas os sinais aí estavam, em cada pequeno detalhe que nos passa
desapercebido ou que talvez nos recusamos a enxergar. Embora haja muitas
perguntas no silêncio, não há nenhuma resposta. E você se foi, enquanto eu sigo
aqui.
Aferramo-nos às
lembranças e a abraçamos tão forte para que não desapareçam, como se fosse o
nosso último suspiro que simboliza a presença de alguém que um dia esteve
presente. Há aqueles que desaparecem porque já não estão, outros porque se vão,
outros porque escolhem, outros porque não tem escolha alguma. E você se foi,
enquanto eu sigo aqui.
Os dias passam
rápidos, convertendo-se em anos e as lembranças se removem a cada momento, e em
cada coisa que você fazia, em cada aniversário, em cada ação. E somos
testemunhas do que se converte em mudanças, e de como a vida segue, transmutando-se
constantemente. E eu seguirei vivendo, com o mais bonito que me deixaste, com o
muito que me amaste, e sobretudo, com a certeza de que algo de ti em este mundo
restou, porque embora não está aqui, você habita em mim. E você se foi,
enquanto eu sigo aqui.
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