Die with memories, not dreams.




E de repente as lembranças voltam...

Aquela calmaria do cotidiano já não existe. Fui tomado pelo fato de ter sido atingido pelo passado como uma flecha que acerta o alvo.

Eu sempre imaginei a minha vida como uma constante, com movimentos sempre em sentido uniforme, sempre mirando o futuro, deixando o passado onde deve estar. Eis que ele retorna. Sinto-me confuso, sinto-me distraído e completamente atordoado por coisas cujo quais não deveriam sequer ser lembradas. Às vezes, pergunto-me, de fato foi parte do meu passado ou sempre esteve adormecido em mim, despertando de momento em momento para me enlouquecer? Como um pecado, é tão proibido que até sinto-me mal, mas por pior que eu me sinta, eu não consigo esquecer, e no fundo, não quero. Isso sempre fez parte de mim, moldou-me de tal forma que é possível dizer que sou o que sou devido à experiência que tive neste mesmo passado.
    
O que devo fazer? Eu deveria fazer o que é certo ou continuar nessa angústia que me mantem, de certa forma, no passado? Perdi a razão. Sinto-me tão anestesiado pelo fato de que isso, sem qualquer frequência, aconteça de modo repentino. E que injustiça, tomado agora por circunstâncias do presente que são de suma importância, ridiculariza ainda mais isso tudo.  Obviamente parte dessa culpa pode ser de minha autoria. Sim, eu busquei isso, eu quis isso, eu desejei isso... Algumas lembranças sempre farão parte da sua vida e estarão guardadas como pedras preciosas em conchas, como diamantes em seu estágio natural. Ali, bem no fundo do meu coração é onde permanece bem guardado, bem cuidado, e às vezes, esquecido. A minha cabeça já não impede o que o meu coração sente vontade de empurrar para fora. Eu evito, eu suplico, e a insistência da negação só me envergonha ainda mais. Que fracasso, que fracasso! Logo eu, que nem pensava que fosse possível... No fundo, sempre foi a impossibilidade de possuir que tornou isso cada vez mais forte, afinal, sempre foi o meu principal desejo, a minha maior meta, o prêmio no final de uma caminhada em que deixei de seguir. Mas eu não me importo, todos os caminhos me parecem apenas atalhos para a sua estrada, para a caminhada onde sempre busquei seguir fielmente e que de alguma maneira, desisti.


O fato é que, por mais que o tempo passe, por mais que os anos conspirem para o distanciamento desse passado, de alguma maneira, o destino faz com que ele retorne. E de repente, percebo que esse fio que nos enroscou antes, para sempre nos unirá. 

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