Permita-se.



      Ela via a vida de uma outra forma. Mais colorida, mais alegre. Ela não se entregava pela metade, dava-se por inteira. Era amiga por inteiro, amava por inteiro. Não havia meio termos para ela. Ela era completa. E para sempre seria.
     Tinha todo o amor do mundo dentro do seu coração, pronta para amar sem pensar duas vezes. Ah, como era linda! Todas as manhãs acordava com uma disposição para viver como ninguém. Apaixonou-se por si mesma. Arrumava os cabelos com tamanha tranquilidade, passava horas e horas no espelho olhando para si mesma, não porque era mesquinha ou arrogante, mas porque estava sempre feliz. E era demasiadamente feliz. Era culta, lia bons livros sempre que tinha tempo para eles. Curiosamente, era vista acompanhada de um bom livro e um sorriso contagiante. Ela percebeu que não precisava de alguém para ser feliz, pois a felicidade já habitava nela há muito tempo. Percebeu que as coisas mais simples da vida são capazes de fazê-la se sentir viva e que a vida, no fim das contas, havia sido generosa com ela. Então percebeu, lá no fundo da sua alma, o que vida quis mostrar: Ela era a única pessoa que poderia fazê-la totalmente feliz. Recordou-se de todas as pessoas que perdeu e de todas as pessoas que perderam ela por não estarem prontas. Hoje, está pronta para tudo. Há sempre um novo começo em cada fim.

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