Era uma vez.




E foi só o começo.




Eu tinha a certeza de que esse dia chegaria, enfim. Foi completamente diferente do que eu poderia tê-lo imaginado, mesmo que de diversas formas diferentes. Ela estava linda, conversando com seus amigos, se distraindo e sorrindo, e tirando a minha atenção da realidade. Embora eu quisesse que tivéssemos um momento, algo em mim dizia que aquele não era o momento, não por hora. Talvez pela timidez da iniciativa, ou pelo receio da negação. Mas ela estava linda, e naquela noite sem lua, ela era a minha atenção, era o motivo de aquela noite ter sido, de algum modo, especial. E mesmo que, entre todas as metamorfoses da Lua pudesse haver uma Lua linda, brilhante e cheia, que pudesse nos iluminar e clarear aquela noite fria, eu ainda assim não poderia parar de olhar para aqueles olhos. O castanho intenso daqueles olhos puxados era realmente envolvente, como se não pudesse existir outra coisa mais linda. E não existia, não naquela noite.
Cada minuto que passamos próximos um ao outro, era meramente um minuto a menos que eu teria para expressar toda a turbulência que passava pela minha cabeça, de modo que, cada minuto desperdiçado transformava-se em coragem para uma possível iniciativa. Mas a paciência como muitos pensam não pode ser comparada a uma qualidade, mas sim um dom. E eu soube esperar, havia esperado tempo suficiente. Enchi o peito de vontade, e a fitei. Percebi que neste mesmo instante ela me olhara, e por um momento eu vi, mesmo que no fundo, ela também teve a intenção de me olhar. Foi mútuo. Ela se aproximou, eu a convidei para uma conversa. Conversamos normalmente, falei de mim, ouvi sobre ela. E cada momento em que passamos próximos sem nos falar, foi a inspiração que tornou o momento atrativo. Cada palavra que saía e cada palavra que sabíamos que viria, foram palavras que surpreendiam todas as vezes que fossem ditas. Agradava-me o fato de poder falar e olhar nos seus olhos, e sentir o efeito das minhas palavras sobre ela. E conversávamos, e eu simplesmente não conseguia tirar meus olhos daqueles olhos castanhos que naquele momento, era a coisa mais linda que eu poderia olhar. Quisera eu, poder descrever todo aquele momento em palavras, como tento descrever agora. Todavia, existem coisas indescritíveis a ponto de ser surreal quando vivido, não expressado. E ela dizia o quão lindo eram os meus olhos, que os queria para ela. Mal sabia que meus olhos já eram dela havia muito tempo, e só havia uma pessoa que eu queria olhar por muito, muito tempo: Ela. E eu sei que as palavras que proviam dos meus lábios, não eram premeditas, não haviam sido ensaiadas. Deixei de lado a razão e dei voz ao coração, com a finalidade de que o conforto dessas palavras pudesse ecoar nos seus pensamentos, uma vez ditas por mim.
“Você vê o pôr de sol todos os dias?” Perguntei a ela. Timidamente disse que não. “É assim que comparo os seus olhos, é tão lindo e tem a mesma beleza, não é sempre que posso vê-los, mas quando posso, não há nada mais que eu queria olhar. ’’
E como o tempo havia voado, hein? Pareceu eterna a conversa que tivemos e ao mesmo tempo, tinha a sensação de ter passados os minutos, quando na realidade se passaram horas. O tempo passou depressa, o frio e hora foram inimigos nesse momento que não poderia ter tido um fim.Eu não queria mesmo que tivesse. E no dia 1° de Abril, conhecido pelo dia da mentira, nunca pensei que pudesse ter sido tão sincero. E se tivesse tido a chance, muito mais palavras de carinho teriam sido ditas. Um dia 1° marcado por primeiras palavras sinceras, primeiro momento juntos, primeiro sentimento, primeiro... Enfim.
Eu não sei e nem posso imaginar como será o meu, o seu, o nosso futuro. Eu não faço planos, eu vivo um dia de cada vez sempre com um passo de cada vez. Mas sei de uma coisa: Eu a quero sempre por perto. Como se todos os dias, fossem os últimos que tivéssemos para passar juntos. E que seja bom, e que seja verdadeiro.

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