26 de Agosto, 2012.


                                                                  



Querido diário,

Hoje nós brigamos. Estou certo de que a culpa total disso não é minha, tampouco seria justo dizer que a culpa é toda dela. Creio que ambos temos participação mútua nessa história. Indiferente disso, eu a magoei. Eu a magoei e acabei magoado também, mas nem tudo é um mar de rosas, todos passam por momentos ruins no decorrer de algum relacionamento. Talvez por sermos amigos e confiarmos tanto um no outro, a falta torna-se grande e recíproca. Isso reflete no próprio dia a dia, pois sinto tanta vontade de contar como eu me sinto sobre fatos que me ocorrem, ou sobre a própria briga, o que torna tudo isso um tanto quanto irônico. Eu quero contar que estou brigado com ela, para ela mesma. Não sei se isso é triste ou engraçado. Mas apesar da vontade de aproximação ser evidente, o orgulho é o que mantém isso distante, e por mais que a gente queira, o orgulho em ambas as partes, não deixa. E tem estado um clima nublado sob nossas cabeças, nossas conversas tem sido frias, distantes. Saudades daquele clima ameno, leve, saudades daquele climinha onde o sol se fazia presente. Por isso diário, estou confiando a ti esse meu desabafo, quando eu queria estar falando a ela, mas tudo é questão de tempo, às vezes coisas ruins tem de acontecer para que possamos saber o sentido das coisas boas. Espero não precisar te usar mais, diário. Apesar de ser um bom companheiro, eu prefiro aquele sorriso, aquele rostinho bonito que ela tem a essas páginas vazias prontas para serem preenchidas. É só isso que tens a me oferecer, pobre diário. 

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