A twist in my story.

                                             Acho que estou apaixonado.

     Ela não sabe. Eu sei o seu nome, alguns dos lugares que freqüenta seus gostos, conheço alguns de seus amigos. Ela nem ao menos sabe que existo. Ela é linda, atraente, simpática, chamativa, cativante e tem um belo sorriso. Deve ter uma voz linda, suave e gostosa de ser ouvida. Eu não sei, sinceramente eu nunca a ouvi, mas suponho que tenha mesmo. Não sei se ela é alta, baixa, como anda e o seu jeito em si, eu não a conheço. Não pessoalmente. E apesar das circunstâncias eu não paro de pensar nela! Ela não sabe que eu existo, mal sabe ela que tem alguém em algum lugar qualquer que a admira e tem cultivado um grande carinho. Talvez eu goste do que não conheço, e talvez seja isso que torne tudo mais atrativo, esse sentimento para com alguém que nem ao menos sabe que tem sido o motivo dos seus dias serem mais intensos, mais reais. Simples, mas bonito.

     Como numa história, onde há o admirador secreto pronto para enviar as cartinhas e poemas de amor, pronto para se declarar, mas sem coragem alguma para fazê-lo. Ela, a mocinha, a razão da inspiração, das palavras, das vontades suprimidas pelo medo e insegurança, sempre linda. Talvez tudo possa ser diferente, talvez eu possa me tornar o mocinho, que declara seus sentimentos e esquece tudo o que lhe prende ao medo dessa iniciativa, tornando real o que só existia em seus pensamentos, na sua imaginação. Mas o fato de não saber como será a trama dessa história toda, faz com que eu acabe por não dar continuidade a essa iniciativa. E por medo de sofrer acaba não sendo feliz. E por não ser feliz, acaba sofrendo. E quando o medo de amar é maior que a vontade de ser feliz, já não há mais nada que possa ser feito. Então quem sabe, eu possa mudar o roteiro dessa história, tornar o contexto um pouco mais doce, e dar uma forcinha ao destino para que possamos nos esbarrar um dia desses, por aí. Deve ser assim que o ‘’era uma vez’’ começa. Estou apaixonado, mas ela não sabe... Ainda!